O Núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, deflagrou na manhã desta terça-feira, 11 de junho, a Operação Money Poup, com o cumprimento de 37 mandados de busca e apreensão, monitorações eletrônicas, recolhimentos domiciliares, proibições de acesso e frequência a determinados lugares e proibições de contato com pessoas determinadas. A operação investiga possíveis crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento público e lavagem de bens, direitos e valores relacionados à 86ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), com sede em Sarandi. As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Criminal de Sarandi e cumpridas em endereços relacionados aos investigados em Sarandi, Maringá e Santa Fé.
Afastamento – O chefe e um servidor público da Ciretran, além do assessor de um vereador de Maringá, foram afastados cautelarmente de suas funções públicas por conta do aparente envolvimento nos fatos. A investigação teve início em março de 2023, quando o Gaeco de Maringá recebeu informações sobre um possível esquema de venda de informações privilegiadas por parte de servidores do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) em favor de um determinado despachante. O avanço da apuração identificou empresas e pessoas físicas que seriam beneficiárias do esquema.
De acordo com o promotor Marcelo Alessandro Gobatto, Coordenador do Gaeco Maringá, os servidores investigados vendiam informações e documentos, favorecendo empresas privadas. Com as informações em mãos e o telefone de contato dos motoristas, as empresas cooptavam clientes para eventuais recursos junto ao Detran afim de regularizar possíveis pendencias.
Um ex-servidor do órgão, que atualmente trabalhava como assessor parlamentar de um vereador de Maringá também foi afastado do cargo e após a notícia se tornar pública, acabou exonerado pelo vereador Delegado Luiz Alves, que afirma desconhecer e não compactuar com atos ilícitos imputados ao mesmo. Ainda conforme o promotor, contra acusados ainda existe a suspeita de lavagem de dinheiro, já que pelo menos dois investigados realizaram movimentações financeiras incompatíveis com seus ganhos reais, como é o caso de uma professora da rede municipal de Paiçandu, que declarou renda anual de aproximadamente R$ 30 mil, mas realizou movimentações que somaram R$ 2,7 milhões nos últimos meses. Outro investigado que havia declarado renda anual de R$ 80 mil, movimentou quase R$ 3 milhões em suas contas.